terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fênix, o símbolo da ressurreição

Segundo Plutarco, um filósofo grego que viveu por volta do I século de nossa era, a Fênix era um pássaro mítico de origem etíope que teria penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior que uma águia.

No final de cada ciclo de vida, que durava cerca de 500 anos, esta ave entraria em combustão com o calor do próprio corpo, em uma pira funerária criada por ela mesma, construída com ervas e especiarias aromáticas. Durante seu próprio funeral a ave cantava para si mesma. De suas cinzas surgia um ovo de onde nasceria uma nova ave. Após o seu nascimento, a nova ave levaria os restos de seu progenitor até o altar do deus sol, localizado na cidade egípcia de Heliópolis.

A Fênix pode ser entendida como o símbolo da ressurreição, do renascimento da vida. Assim como o sol nasce todos os dias, o ser humano possui ciclos de vida, de renascimentos. Vivemos lutos simbólicos em algumas destas fases. Ao entrar na adolescência, vivemos o luto de nossas infâncias. Ao sair da escola, vivemos o luto da adolescência. Na faculdade, ou em nosso primeiro emprego, vivenciamos a entrada no mundo adulto e, ao mesmo tempo, o luto pela dependência de nossos pais. Ao sair da casa de nossos pais, vivemos o luto desta dependência de nossos genitores. Ao casarmos, vivemos o luto da nossa vida de solteiros. Ao termos filhos, vivemos o luto da vida a dois. Mas também vivemos um luto quando trocamos de trabalho.

Ao longo de nossas vidas vivemos lutos e renascemos constantemente, deixando para trás um modo de vida e assumindo novas formas de viver. Alguns de nossos sofrimentos advêm justamente desse momento de transição, quando deixamos de ser quem somos e ainda estamos construindo uma nova maneira de estar-no-mundo.

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