A religião porque ter uma?
Não são poucas as pessoas que se manifestam totalmente contrárias à religião, seja ela qual for. Em muitos lugares que vamos parece soar mal dizer-se desta ou daquela religião...parece um assunto proibido.
Por vezes, outros talvez não menos que estes, enfiam-se radicalmente a este ou aquele modo de crer, a ponto de perder de vista as realidades terrenas, aquilo que é palpável e minimamente aceitável em todas as suas dimensões. Quantas pessoas já não possuem mais vida social ou familiar, justificada como questão de fé? Será que precisa ser assim? Será que Deus quer de nós este tipo de sacrifício.?
Existem outros, que adoram falar do céu como algo isolado a se buscar e conquistar. E no meio de tantos desencontros religiosos, acabam por muitas vezes perdendo seus referenciais de vida, de pessoa humana, de espaço criada segundo o querer de Deus à sua imagem e semelhança. E como deveria ser?
A religião não pode suplantar a vida humana nem deve ser algo que a escravize. A religião deve ser libertadora, e também muito ao contrário, deve ser uma norteadora daqueles que sabem que são seres transcendentes e cidadãos da eternidade segundo a vontade de Deus. Portanto, é exatamente sua função incentivar o homem a buscar o equilíbrio das coisas e de tudo, inclusive no campo espiritual para que este viva sempre mais feliz e livre, não no sentido de fazer o que quer(conceito de livre-arbítrio), mas para fazer o que seja agradável a Deus e assim, busque sempre a verdade que ao final de tudo é o próprio Deus. O ser humano sabe que é eterno. Por isso busca Deus na religião.
Assim, a boa religião se é que existe, vai de forma jeitosa e respeitosa, apontando os sinais que a demonstram como verdadeira.
Ora, se alguém pensar em religião apenas de faz-de-conta, então de nada adianta realmente se dizer pertencente a um credo se de fato os frutos não aparecem no chão do dia-a-dia, onde se pisa, na vida real e diante das adversidades humanas. Muitas pessoas dizem pertencer a uma religião quando descobrimos que sua última visita a um templo religioso foi quando de seu batismo ainda criança. Pois bem, outras aquecem os bancos de seus templos como verdadeiros fiéis mas suas práticas em suas relações pessoais e profissionais nos fazem pensar que lá estiveram mas apenas "fisicamente" e não absorveram nada em sua relação com Deus e com o próximo.
O olhar dos que crêem, deve estar em Deus; mas também nas realidades do cotidiano e bem antenadas com estas, sempre lembrando que o olhar de Deus é muito mais penetrante do que o nosso olhar, encontro o encontrável, penetra no impenetrável. Vemos alguns líderes religiosos, e não há como negar que muitas vezes estes repassam aos seus seguidores verdadeiros absurdos a ser seguidos em nome de uma certa fé,que se formos olhar criteriosamente mais de perto, nada tem a ver com fé, mas apenas com meras impressões pessoais de tais “iluminados”. É o famoso “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”. Deus nunca pede coisas absurdas aos seus filhos! Ao contrário seu filho Jesus morreu por nós na cruz para nos livrar de nossos pecados.
Muitas pessoas afirmam ao serem perguntados sobre sua fé, que são desta ou daquela religião, simplesmente por medo de serem discriminadas, se por acaso respondessem diferente, estando em um pais tão “religioso”, como é por exemplo, o Brasil, quando na verdade intimamente sua resposta é bem outra. Ter fé, acreditar em Deus, pertencer a uma religião, nunca deve ser uma obrigação social, mas antes uma adesão pessoal e livre de cada um e depois desta que seja de fato e de coração. Ser desta ou daquela igreja por coação, pode ser tudo, menos vontade de Deus além de ser a pior de todas as prisões.
Quantas pessoas têm verdadeiras aversões a Deus ou a religião, traumas inclusive, simplesmente porque foram coagidos a crer, por exemplo, para não irem para o inferno ou coisa do tipo? Nada disso hoje é muito abusrdo de se ver....
Historicamente, o mundo inteiro, passa por transformações no seu jeito de se expressar com o transcendente. O que serviu no passado para “segurar” a fé de um povo, pode não mais servir para o mesmo povo de hoje e as religiões e as igrejas de uma forma geral, precisam assimilar isto, sob pena de aquelas, que realmente merecem respeito, serem engolidas por “expressõezinhas” religiosas da moda do momento, que se sentem donos da verdade e que por isso, ameaçam em nome de Deus, que oferecem mundos e fundos, que detesta o sofrimento e fundamentam-se na prosperidade financeira e material tão somente. Ledo engano!!!!
Os modismos religiosos são perigosos e estão sempre a espreita, seja pela irresponsabilidade e inescrupulososidade com que tratam os assuntos espirituais muitas vezes sem bases teológicas, filosóficas e/ou antropológicas sérias, seja pela ganância e avareza que os fazem exploradores da ingenuidade e falta de fé autêntica ou maturidade de muita gente, que por sua vez falta lhes catequese verdadeiramente adulta e atualizada.
As religiões de respeito comprovado, precisam urgentemente rever seu jeito de caminhar e de comunicar-se com seus seguidores, pois os tempos mudaram e, embora a essência da fé não mude jamais, o jeito de comunicá-la precisa mudar sempre que for preciso, não de qualquer jeito, para se chegar a qualquer fim, mas do jeito que for necessário para que o mundo, justificado pela fé dos que crêem, seja progressivamente melhor em todas as suas dimensões, assim no céu, como na terra. Não é descer no nível da terra mas chegarmos no coração das pessoas de uma forma diferente do que vem se vendo até agora.
Precioso é que os líderes religiosos tenham esta visão futura entre a necessidade de manter os fiéis atentos as coisas divinas e de corações abertos e que estes venham cultivar esta fé através de um clamor sem apegos ou apelos de toda forma e jeito. O tempo dirá quais religiões vão ter o famoso "pula do gato" neste processo de transformação.
Vejamos.....