domingo, 4 de outubro de 2009

Presidentes e Diretores: Porque eles quase não participam de Treinamentos?


Uma das coisas que mais irritam os gerentes de RH e mesmo funcionários das empresas é que os presidentes e diretores das empresas quase nunca participam de cursos e treinamentos. Nem dentro da empresa, nem fora da empresa.

Eles “incentivam” e mesmo obrigam seus subordinados a fazer cursos. Fazem discursos sobre a importância do treinamento, da atualização permanente etc. Mas eles mesmos... fogem de cursos e treinamentos como o diabo da cruz. Dão todas as desculpas possíveis e imagináveis. As mais esfarrapadas – "tenho um compromisso inadiável"; "tenho uma viagem que não pode ser adiada nem antecipada"; "já fiz muitos cursos iguais a esse nos tempos em que era gerente..."; "No próximo, prometo que vou...". Por quê?

É simples. Não vão e continuarão não indo porque os que planejam e fazem os cursos e treinamentos das empresas ainda estão no tempo pré-cambriano da educação corporativa. E os diretores e gerentes de RH – tenham a denominação moderna que desejem ter – pouco entendem dos fatores realmente fundamentais da aprendizagem como mudança de comportamentos e atitudes.

Os cursos ainda são focados na avaliação formal do que foi "ensinado", em vez de buscar avaliar se houve ou está havendo mudanças de comportamento, visão e atitudes nos participantes no dia-a-dia da empresa. Assim, os cursos são longos demais. Ninguém aguenta mais cursos empresariais que duram meses e meses e ficam repetindo conceitos já conhecidos apenas para completar a "carga horária" de 180 horas ou quantas horas sejam que os RH acham que são necessárias para que um curso seja "sério" e tenha "conteúdo".

Cursos à distância, via internet, são chatíssimos. Longos, desnecessários. A maioria dos participantes, se tiver a opção, desiste logo nos primeiros passos. O índice de desistência dos cursos via internet chegam em alguns casos a 80% nas melhores universidades e empresas especializadas nesses cursos.

Agora, você que está lendo este artigo, seja honesto comigo. Você acha que um presidente ou diretor de uma empresa vai se sujeitar a fazer um curso ou treinamento em que tenha que passar por uma "prova" e que possa correr o risco de tirar uma nota 6.0 (seis), por exemplo? Ou ser chamado a responder na frente de subordinados perguntas que ele possa errar feio? Por que um presidente correria esse risco? Ele simplesmente não vai. Faz aquilo que todos nós, se pudéssemos e tivéssemos o poder para tal faríamos – também não iríamos!

É preciso reinventar o treinamento corporativo. Por que fazer avaliações formais? Por que atribuir "notas" num treinamento corporativo? Qual a função? Qual a função de "reprovar" alunos em cursos empresariais como vejo muitas empresas fazerem com orgulho, dizendo que "aqui não tem marmelada no treinamento"?

Temos que entender o porquê de treinar pessoas numa empresa. E temos que entender o quê realmente significa desenvolver pessoas numa empresa. É preciso acabar com as formalidades idiotas do sistema formal de educação. As empresas não podem repetir dentro de seus muros o anacronismo das universidades formais.

O que uma empresa quer é que seus executivos sejam a cada dia mais eficentes e eficazes. Mais competentes e comprometidos em aprender, mudar, criar, fazer, empreender. A empresa não quer nem precisa do "reconhecimento do MEC" um anacronismo burocrático típico de funcionários públicos que ficam reescrevendo seus "currículos" vinte vezes por ano para ganhar uma promoção por "pontos" no serviço público.

Isso nada tem a ver com a empresa, com o mundo produtivo.Qual o sentido de tudo isso? O que realmente interessa num treinamento corporativo? O que realmente a empresa deseja? O que as pessoas realmente querem quando participam de um curso ou treinamento? Os atuais cursos ou treinamentos corporativos ou executivos estão atendendo os verdadeiro anseios de seus participantes?
Ou são cursos para cumprir uma formalidade de treinamento? E portanto são formais, com avaliações, notas, reprovas e... dores de barriga, tensão, ansiedade, vergonha – tudo o que leva à não-aprendizagem?
É hora de repensar o treinamento corporativo. É hora de descomplicar a aprendizagem e de focar em resultados. O que interessa é que o executivo, o presidente, o diretor, o gerente, o funcionário, todos enfim, sejam pessoas mais felizes. Felizes porque sentem-se a cada dia mais competentes e capazes de enfrentar os desafios de mudança que o mundo corporativo está a exigir de todos nós. É para isso que devem ser "treinadas". É para isso que devem fazer cursos. E não para tirar nota baixa ou alta, sentar numa sala de aula, agüentar horas e horas de um "treinador" que mal conhece a realidade da empresa, do cliente, do mercado e às vezes do próprio mundo.

Fonte: RH Central

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