Achei interessante este artigo que li na internet e gostaria de compartilhar com todos.
“Em uma época de mudanças drásticas são os que têm a capacidade de aprender que herdam o futuro. Quanto aos que creem que já aprenderam, estes se descobrem equipados para viver em um mundo que não existe mais.” (Eric Hoffer)
Caso exista algo verdadeiro atualmente é que os líderes de amanhã farão muitas coisas diferentes e de maneiras incomuns das que fazem nos dias de hoje. É paradoxal, mas temos que liderar hoje, formando novos líderes para o amanhã, não esquecendo de nos prepararmos para liderar, também, neste amanhã que será totalmente diferente dos dias atuais. Além disso, temos que gerar resultados crescentes em cenários complexos nos quais a convivência da ordem com o caos será uma constante. Esta afirmação além de paradoxal pode parecer confusa, porém é legítima. Liderar e executar, ensinar e aprender, pensar e agir, tudo isso consciente de que não há “receitas de bolo” para se exercer a liderança. Segundo a Unesco, além do conhecimento técnico, do negócio e do ambiente competitivo (imprescindíveis) os líderes dos novos tempos precisam ser flexíveis, criativos, bem informados, comunicadores eficazes (lembram do grande Abelardo Barbosa, o Chacrinha: “quem não se comunica se trumbica”), responsáveis, empreendedores, sociáveis, dominar a tecnologia vigente e ter grandes doses de inteligência emocional. Daniel Goleman cita Aristóteles no início de seu livro Inteligência Emocional (Editora Objetiva): “Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa – isso não é fácil”. Liderar em tempos modernos requer muita dedicação e preparo, mas é absolutamente possível.
Segundo definição de Vance Packard, liderança é a arte de fazer com que os outros queiram fazer alguma coisa que você está convencido que deveria ser feito. Contudo, acredito que só conseguimos isso se abraçarmos uma causa e mobilizarmos os outros para que o teor desta causa seja transformado em realidade, compatibilizando os objetivos individuais dos membros do grupo com a causa em questão. Estar chefe não é ser líder. Para liderar outras pessoas é necessário aprender a liderar a si mesmo. Autoconhecer-se, reconhecendo os seus pontos fortes e fracos, ter “boas doses” de autoconfiança e auto-estima elevada é fundamental para que a pessoa exerça a liderança em sua plenitude. “Conhece-te a ti mesmo”, nunca foi tão atual esta frase socrática. Liderar é acima de tudo motivar. E motivação significa “motivo para agir”. Portanto, liderar é motivar as pessoas para agir em prol de um objetivo. A ressalva que faço é que esse motivo precisa ser positivo. Agir motivado pelo medo instituído ou por ameaças deflagradas por uma pseudoliderança gera frustrações e ressentimentos e, ademais, medo é o instrumento dos chefes, não dos líderes.
Como construir a liderança? – Isso mesmo, liderança não se busca, constrói-se. Na verdade, liderança é um caminho, um processo, não um obra concluída. Constrói-se a liderança estudando, capacitando-se, experimentando, lendo, liderando, perguntando, pesquisando, trabalhando, treinando e, acima de tudo, vivendo! No processo de construção da liderança a humildade é uma qualidade fundamental. Não me refiro a subserviência, mas a capacidade de ouvir, de aceitar críticas e sugestões. Temos aqui um ponto crítico porque o ser humano, via de regra, não gosta de ser criticado. Outra preocupação importante é com o que se faz de bom, com os pontos fortes, pois eles podem mascarar as nossas fraquezas e, às vezes, fazer com que se negligencie comportamentos e habilidades importantes para o exercício da liderança. Assim sendo, além de autoconhecer-se, ter uma autocrítica consistente é salutar e inteligente para os líderes.
Segundo a profa. Sylvia Vergara, em síntese, as capacidades requeridas de um líder são:
- Compartilhar visão, missão, objetivos, metas, estruturas, tecnologias e estratégias.
- Sondar e monitorar os ambientes interno e externo.
- Contribuir na formação de valores e crenças dignificantes.
- Ter habilidade na busca da clarificação de problemas.
- Ser criativo.
- Fazer da informação sua ferramenta de trabalho.
- Ter iniciativa, comprometimento, atitude sinérgica e ousadia.
- Visualizar o sucesso.
- Construir formas de auto-aprendizado.
- Conhecer seus pontos fortes e fracos.
- Ouvir e ser ouvido.
- Reconhecer que todo mundo tem alguma coisa com que pode contribuir.
- Viabilizar a comunicação.
- Pensar globalmente e agir localmente.
- Reconhecer o trabalho das pessoas.
- Ter energia radiante.
- Ser ético.
E os seus maiores desafios são:
- Buscar o autoconhecimento e o autodesenvolvimento.
- Mexer, cuidadosamente, com a cabeça das pessoas.
- Superar os próprios medos e ajudar as pessoas a superarem os seus.
- Ouvir o que pode ser considerado inconsistente, contrário ao seu ponto de vista e até bobagem.
- Negociar, estabelecendo parcerias.
Finalizo ressaltando a importância do amor para o exercício da liderança. Refiro-me ao amor realizador e impulsionador. O amor que nos faz abraçar uma causa, um sonho, um ideal e nos estimula a seguir em frente construindo novas realidades. Os verdadeiros líderes conhecem esse amor e os verdadeiros líderes, em qualquer tempo, são os líderes de si mesmos.
Por Albírio Gonçalves
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